EM BUSCA DA IDENTIDADE DA CLASSE TRABALHADORA – SUL E SUDESTE
José Ferreira Filho, mo – Assistente Nacional do MTC
Confesso que assusta- me escrever sobre a realidade da Classe Trabalhadora no Sul e no Sudeste em espaço tão pequeno.
Podemos VER, em geral, uma tentativa de NEGAR sistematicamente a condição de trabalhadores (as), operários (as) daqueles (as) que vivem da VENDA de SUA MÃO DE OBRA, de sua força de trabalho por um salário.
Ora, viver com o salário pago pelo trabalho realizado é uma das características fundamentais da Casse Operária, Trabalhadora.
A NEGAÇÃO da condição de trabalhadores (as) acontece de vários modos. Um dos mais freqüentes é pela insistência em “denominar”, “apelidar” os (as) trabalhadores (as) de “associados (as)” como se fossem “donos (as)” das empresas e como se essas fossem cooperativas. Ora, as empresas têm donos. Os donos são patrões. E onde há patrão existe empregado. Existe assalariado. Existe operário. É preciso desmascarar esta fraude.
Outro modo é tentar esvaziar as categorias através de mecanismos que “ampliam” suas atribuições e funções. É a ideologia da qualidade total onde todos (as) fazem de tudo. Este mecanismo elimina as categorias, acirra a competição entre os empregados de uma mesma empresa através de “avaliações” periódicas de “desempenho”. Isto enfraquece a solidariedade entre os (as) trabalhadores (as). Cada um enxerga o (a) outro (a) como “concorrente” e não como “COMPANHEIRO (A)”.
Podemos VER nos últimos tempos alguns fatos novos que merecem nossa reflexão. A greve dos mais de 500 operários da construção civil que trabalham na reforma do Mineirão em vista da Copa.
A reivindicação por salário justo da categoria dos Bombeiros do Rio de Janeiro . A greve dos Professores das redes municipais e estaduais.
A organização dos Catadores de Materiais Recicláveis. Em Belo Horizonte criaram uma cooperativa – A CATAUNIDOS – que reúne mais de 9 associações na região Metropolitana. E através do Movimento Nacional dos Catadores buscam o reconhecimento de seu trabalho ambiental através de políticas públicas de inclusão social dos(as) catadores(as). Vemos que a luta é grande!
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